Reabilitação para portadores de AVC
- SaĆŗde em EvidĆŖncia
- 27 de jun. de 2022
- 4 min de leitura
O AVC (Acidente Vascular Cerebral) Ć© uma das principais causas de morte e incapacitação no Brasil e no mundo. A reabilitação e recuperação funcional do paciente que sofreu AVC Ć© um grande desafio, mas por meio de exercĆcios direcionados, as consequĆŖncias podem ser amenizadas e tratadas.

O AVC, tambĆ©m conhecido como derrame cerebral, Ć© traduzido pela OMS (Organização Mundial da SaĆŗde) como o desenvolvimento rĆ”pido de sinais clĆnicos da função cerebral e que ocorre quando hĆ” um entupimento ou rompimento dos vasos que levam sangue ao cĆ©rebro.
Com sintomas de duração igual ou superior a 24 horas, o AVC pode provocar alterações cognitivas e sensório-motoras, de acordo com a Ôrea e a extensão comprometida pela lesão.
São dois tipos de classificação do derrame cerebral:
AVC Isquêmico: esse tipos de AVC ocorre devido ao entupimento dos vasos que levam o sangue ao cérebro;
AVC HemorrƔgico: jƔ esse tipo de AVC ocorre pela ruptura de um vaso que causa sangramento no cƩrebro.

Infelizmente, o AVC tem sido considerado como uma das maiores causas de mortes e danos cerebrais no mundo, além de causar grande número de internações. Sua predominância é principalmente em pessoas adultas e idosas, sendo que a partir dos 55 anos, sua ocorrência em número começa a dobrar.
Portanto, a idade é um dos fatores de risco do AVC. E conhecer todos os fatores de risco é primordial para que se possa prevenir de forma mais efetiva sua ocorrência e reduzir custos especialmente em relação à reabilitação e hospitalização.

Podemos classificar os grupos de risco em 3 grupos:
Grupo de risco não modificÔvel - idosos, sexo masculino, baixo peso no nascimento, negros, histórico familiar de AVC ou AIT (ataque isquêmico transitório), condições genéticas como a anemia falciforme;
Grupo de risco modificÔvel - hipertensão arterial sistêmica, tabagismo, diabetes mellitus, dislipidemia, fibrilação atrial e outras doenças cardiovasculares;
Grupo de risco potencial - sedentarismo, obesidade, uso de contraceptivo oral, terapia de reposição hormonal pós-menopausa, alcoolismo, aumento da homocisteĆna plasmĆ”tica, sĆndrome metabólica, uso de cocaĆna e anfetaminas.
Muitos desses pontos estão claramente relacionados ao estilo de vida adotado por cada um. Pequenas mudanças podem bastar para evitar um AVC e seus sinais e sintomas.
Na fase adulta, o sinal que mais comumente aparece relacionado ao AVC Ć© fraqueza repentina ou a dormĆŖncia braƧo, da perna ou do rosto, normalmente apenas de um lado do corpo. Alguns outros sinais podem incluir a confusĆ£o mental, alteração cognitiva, a dificuldade em falar ou linguagem incompreensĆvel, dificuldade em compreender, engolir, se equilibrar e enxergar, distĆŗrbios auditivos, perda de visĆ£o em um ou nos dois olhos, dor de cabeƧa intensa e sem causa conhecida, vertigem e desequilĆbrio com nĆ”useas e vĆ“mitos, diminuição da consciĆŖncia e, no pior dos casos, uma morte sĆŗbita.

JÔ em relação às consequências, a paralisia costuma ser a mais frequente, ocorrendo no lado contrÔrio à região do cérebro que foi afetada e podendo abranger o lado completo ou apenas uma parte dele. No primeiro caso, ela é chamada de hemiplegia e, no segundo caso, de hemiparesia.
Após um AVC Ć© bem comum tambĆ©m a diminuição do tĆ“nus muscular. Isso faz com que a pessoa tenha dificuldade em exercer qualquer movimento, sem conseguir ao menos manter um membro em alguma posição. Isso pode levar a complicaƧƵes secundĆ”rias como o encolhimento muscular e das articulaƧƵes, alĆ©m da dor e outros distĆŗrbios funcionais. Ć por isso que o exercĆcio no pós AVC Ć© tĆ£o importante para a reabilitação do corpo e dos movimentos.

Após a ocorrĆŖncia do derrame e algum tipo de sequela, o momento Ć© de focar na recuperação do indivĆduo para que ele possa novamente alcanƧar sua autonomia e individualidade, voltando Ć sua vida diĆ”ria, uma vez que as sequelas costumam ser, em grande parte, nas alteraƧƵes motoras e sensitivas, influenciando muito a mobilidade fĆsica e o equilĆbrio.
Para dar inĆcio ao tratamento de reabilitação, o indivĆduo passarĆ” por uma avaliação envolvendo uma equipe multidisciplinar, composta geralmente por fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo, enfermeiro, psicólogo, nutricionista e educador fĆsico como suporte para os exercĆcios.
O fisioterapeuta juntamente com o profissional de educação fĆsica vĆ£o recuperar os movimentos perdidos por meio dos exercĆcios após avaliação e programação do tratamento. Com isso, vĆ£o devolver aos poucos a autonomia e qualidade de vida do paciente. As sessƵes devem comeƧar preferencialmente o quanto antes pois, quanto mais rĆ”pido o estĆmulo for dado, mais rĆ”pida serĆ” a resposta do paciente.

Os objetivos do programa de reabilitação são diversos:
Adequar o TƓnus muscular
Aumento de forƧa;
Aumento da mobilidade articular;
Crescimento na ativação neural;
Melhora da função motora-sensorial;
Melhora da performance funcional;
Melhora da flexibilidade muscular;
Melhora do equilĆbrio;
Melhora da auto estima e independĆŖncia:
OrientaƧƵes domiciliares.
Os exercĆcios devem ser acompanhados de profissionais capacitados, pois pessoas que sofreram AVC devem ter cautela ao praticar exercĆcios fĆsico e que os derrames sĆ£o diferentes e acometem Ć”reas diferentes, entĆ£o o tratamento deve ser direcionado.
Algumas opƧƵes de exercĆcios sĆ£o:
ExercĆcio de reabilitação sensório motora: como segurar um objeto e soltĆ”-lo em seguida, fazendo o movimento repetidas vezes;
ExercĆcios de equilĆbrio: ficar em uma perna só, por exemplo;
Pilates: uso de elĆ”stico e bolas de equilĆbrio;
HidroginƔstica: tƓnus muscular e amplitude de movimento;
ExercĆcios de fortalecimento muscular: caminhada na rua, musculação, bicicleta ergomĆ©trica.

Além da reabilitação motora, não podemos deixar de olhar também para o lado emocional e as sequelas que o AVC pode deixar nesse campo. E por isso, o apoio emocional por parte de familiares e pessoas mais próximas é também de extrema importância. Comportamentos que estimulem resiliência do paciente é essencial para o sucesso no programa de reabilitação e em todo o tratamento e readaptação à nova realidade.
As sequelas do AVC trazem um novo estilo de vida, temporÔrio ou não, que deve ser olhado com bastante carinho e cuidado. Mudanças são primordiais para manter a qualidade de vida e contribuir para a redução de risco de um novo derrame cerebral. Busque uma equipe que possa te ajudar e te orientar a viver melhor!
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